domingo, 22 de junho de 2008

Antes que o tempo acabe...

E tudo que eu criar pra mim
Vai me abraçar de novo
Vai me negar também
semana que vem

Antes que o tempo acabe...




........a solidão é a dor que construimos quando não nos sentimos bem com nós mesmos!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Tranferência e Contra-Transferência

A transferência faz parte do processo analítico. Pode ser negativa ou positiva. Na maior parte dos casos dá-se a transferência positiva, com sentimentos de afeto do analisante pelo terapeuta, podendo até mesmo transformar-se numa paixão. Isso faz parte do processo e o bom manejo clínico leva o analisando a perceber que "aqueles sentimentos" fazem parte de um passado de sua vida e que está transferindo para o terapeuta uma demanda de amor, cujo "alvo" verdadeiro não é ele.Essa demanda de amor me diz de algo mais profundo, como uma necessidade de aceitação, de afirmação de si.Como assim?Ora, o sujeito vai para a terapia porque apresenta conflitos, insegurança e frustrações. E tudo isso tem relação com pessoas que fazem parte das nossas vidas (pais, mães, amigos e etc). Pessoas que me tornaram insegura, que baixaram minha estima, que fizeram com que eu desacreditasse em mim. Ou então, ninguém fez nada, apenas eu que me senti covarde, não tive coragem de enfrentar a vida e acabei culpando outras pessoas...Enfim, são inseguranças sempre ligadas a alguma coisa do mundo. E no mundo tem gente, e é gente que me diz o que eu sou. Se eu me sinto feia, insegurança é porque de alguma forma o mundo tá me passando essa mensagem. E ai eu vou pra análise.Supõe-se que lá uma pessoa "bem resolvida" vai me ajudar a ser bem resolvida também. Ai ocorre a transferência, que, a grosso modo falando, é assim:"Bem, seu eu mal resolvida conquisto alguém bem resolvido é porque eu não sou tão mal resolvida assim..."Interpretando: Ao invés de eu mergulhar nos meus conflitos para resolve-los é mais fácil acreditar que não tenho mais conflitos. Ou seja, eu amo ele, quero casar com ele e ser feliz pra sempre.Ok, mas aqueles probleminhas onde foram parar? hummmmmmmE se o terapeuta corresponde?Fim de análise.Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.E paquera pode ser qualquer coisa.Menos análise?
Na Contra-transferência o analisando se apaixonar é normal. O terapeuta corresponder não.Quando o terapeuta corresponde, isso demostra que há nele uma necessidade de ser amado e colocado nesse lugar de objeto idealizado. Isso significa que na sua análise pessoal ficaram "pontos" que não foram trabalhados e que portanto, surgirão novamente na sua relação com analisandos e outras pessoas.O analisando chega pra uma terapia "desacreditado" de si mesmo, vem tentar resgatar "algo" que se perdeu no caminho. Se ele acha o terapeuta um Deus e este passa a se comportar como tal, ferrou.Muitos poderão dizer: Mas não é bom que analista elogie o analisando, o faça sentir especial? Isso não colabora com o processo analítico?Não! De jeito nenhum. Porque da mesma forma que o analisando apaixonado ao receber um elogio de seu analista, fica nas nuvens...Este mesmo analisando ao recebr uma critica do mesmo, desce aos infernos. Criou-se assim uma dependência. De certa forma ele passa ser aquilo que o analista sinaliza pra ele.E o analisando não vai pra terapia pra ficar dependente, ao contrário, o que se busca é fazer com que esse sujeito recupere a confiança em si novamente, que se reorganize sem depender tanto da opinião ou desejo dos outros.Responder as demandas do analisando, sejam elas demandas de amor, atenção, amizade ou seja lá o que for, é dar justamente aquilo que o analisando não precisa.Não sei aqui na comunidade, mas fora, conheço histórias de pacientes que conseguiram "seduzir" o analista a ponto de ir pra cama, e depois disso cair em depressão profunda ( não vou aprofundar essas questões pq são complexas demais).O fato é que, ao não responder a nenhuma demanda do analisando, o terapeuta o leva ao doloroso caminho que vai pra dentro, onde o mesmo pode perceber que as demandas que ele dirige ao analista, nada mais são que " carências" que ele tem dentro de si, e que a "cura" não depende do que um outro me dá, e sim de um longo e doloroso trabalho de resgate e elaboração.